
As cefaleias podem ter diversas causas, sendo as cefaleias de tensão e vasculares duas das mais comuns.
Para entender melhor os mecanismos que levam a estas causas, nada como compreender como funciona o nosso corpo e como determinadas alterações resultam em lesões:
- Quase todos os músculos da região do pescoço, quando tensos ou com contratura, podem causar dor referida para a cabeça (a zona onde a dor aparece, depende do músculo comprometido).
- A tensão muscular faz com que o músculo perca comprimento, ficando mais curto, podendo com isso causar desalinhamentos a nível das vértebras cervicais, afetando a boa irrigação do cérebro e consequente menor aporte de nutrientes e oxigénio.
- O desalinhamento das vértebras pode afetar, por compressão, uma boa drenagem vascular, promovendo uma maior toxicidade no cérebro, e a normal circulação do líquido encefalorraquidiano (líquido que envolve o cérebro e medula) levando a um acumular deste dentro do crânio, levando a um aumento da pressão intracraneana.
- A tensão nos músculos da região craniana leva a um efeito de compressão, resultando numa menor mobilidade/ajustes do movimentos dos ossos do crânio e deslizamentos entre si. Movimentos estes, importantíssimos para a boa saúde do nosso sistema, em geral e do nosso cérebro em específico.
A Osteopatia é uma terapia holística, ou seja, olha para o corpo como um todo e ao mesmo tempo, obedece a um sistema de avaliação muito minucioso. Quando nos chega ao consultório um paciente com queixas de cefaleias o primeiro passo será avaliar e despistar todos estes mecanismos, anteriormente referidos, para chegar a um diagnóstico diferencial.
Após identificar a falha do organismo, e recorrendo a uma diversidade enorme de técnicas, sejam elas, musculares, articulares ou fasciais, tenta-se repor o equilíbrio para um funcionamento harmonioso de todas as estruturas.
Dito isto, mais importante do que recorrer a uma terapêutica medicamentosa para nos livrar da nossa “dor de cabeça”, ou simplesmente aguentá-la até que passe, é parar e perceber qual a sua origem para atuarmos diretamente sobre a causa. Pois qualquer sintoma que nos aparece, é um pedido de ajuda do nosso corpo para resolver um problema, que este sozinho não está a conseguir resolver.
Tomar um analgésico é simplesmente silenciar o nosso corpo, enquanto este está em crise.
Procure um osteopata de confiança e faça uma avaliação para identificar o seu problema, só assim poderá resolver e saber como evitá-lo.
Por Marta Ribeiro - (especializada em Osteopatia, Terapia Sacro-Craniana, Fisioterapia Especializada e Exercício Clínico).
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