A paralisia facial resulta de um processo inflamatório que ocorre no nervo facial e que provoca uma alteração na condução dos impulsos elétricos para os músculos da face.
Desta forma, há uma alteração na capacidade de contrair estes músculos, o que, por sua vez, compromete os movimentos da face/mímica facial.

Há diversas condições clínicas que podem afetar o nervo facial, mas a maioria das paralisias faciais são de origem desconhecida, normalmente designadas de Paralisia Facial de Bell.
Os sintomas podem variar de uma incapacidade parcial a uma incapacidade total de realizar movimentos e expressões faciais num dos lados da face.
Para além disso, pode observar-se:
flacidez da face;
queixas de dormência ou alteração da sensibilidade;
dificuldade em controlar o beber, mastigar e/ou falar;
incapacidade de encerrar por completo o olho, resultando em secura ocular, e dificuldade em controlar o lacrimejar.
Estes sintomas normalmente têm um início súbito e desenvolvem-se no espaço de algumas horas.
Nas situações em que o início acontece de forma mais lenta e progressiva ou quando se verifica a presença de outros sintomas ou sinais neurológicos deve ser realizada uma avaliação médica mais completa.
Para o tratamento da paralisia facial, a prescrição médica normalmente inclui medicação com corticoides e medidas de proteção ocular.
Para a reabilitação, a fisioterapia desempenha um papel essencial e deve ser iniciada o mais rapidamente possível. Com o objetivo de obter expressões faciais mais harmoniosas e uma maior simetria entre os dois lados da face, a fisioterapia intervém na ativação dos músculos afetados e estimulação da mímica facial, assim como é capaz de prevenir o surgimento de complicações a longo prazo, como por exemplo contrações excessivas dos músculos do lado da face não afetado ou contrações involuntárias de outros músculos faciais.
Esta condição afeta profundamente a qualidade de vida, não só na forma como a pessoa se vê no espelho, mas também no impacto que poderá causar na forma como os outros a vêm.
A reabilitação exige tempo e os resultados estão dependentes da origem e do tipo de paralisia facial. É importante a gestão de todos estes fatores e emoções associadas no processo terapêutico, para obter o maior sucesso possível na reabilitação.
O tratamento precoce pode fazer toda a diferença no tempo e na qualidade da reabilitação. Através de uma avaliação minuciosa e recurso a técnicas bem orientadas, o Terapeuta intervém na patologia e ensina o utente a realizar o seu trabalho em casa.
Artigo realizado por Cristina Correia - Fisioterapeuta especializada em Fisioterapia Neurológica
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