A região Cervical é especial pela sua localização, está situada imediatamente por baixo do crânio, que serve de base para a sua sustentação.
É constituída pelas primeiras 7 vértebras, com inserção de inúmeros músculos, ligamentos e por discos vertebrais que preenchem o espaço entre elas. Permitindo assim, dar estabilidade e mobilidade, sendo a região da coluna vertebral mais móvel com movimentos de flexão, extensão, inclinação e rotações. Permite a passagem de 8 nervos cervicais que juntos formam o plexo braquial, que contém fibras sensoriais e motoras que permitem a inervação dos membros superiores. As artérias e veias também passam nesta região indo para o crânio e para os membros superiores, o que pode influenciar directamente essas estruturas, podendo surgir, por exemplo dor na cervical relacionada com dores de cabeça, rouquidão, formigueiro na mão ou nos dedos.
Devido a todas estas inserções e relações, a Cervical pode produzir dor localmente ou à distância. São inúmeros os factores que levam as pessoas a desenvolver problemas relacionados com a Cervical ao longo dos anos, por trauma ou adaptações estruturais, que se não forem avaliadas nem diagnosticados tendem a tornar-se problemas crónicos que interfere directamente na qualidade de vida da pessoa. Quando sente dor deve ser avaliada detalhadamente com um diagnóstico diferencial para saber qual a causa desse problema e não tratar apenas a dor. Por exemplo, a dor Cervical pode ser devido a um problema respiratório, uma postura inadequada no trabalho, a prática constante de um gesto desportivo, stress emocional, problemas de visão, problemas de mastigação, de deglutição e até problemas viscerais (estômago, fígado, etc).
A cervicalgia acontece num número elevado de pessoas, com uma média de 12% a 34% de uma população adulta, com maior incidência no sexo feminino.
Um diagnóstico clínico detalhado e preciso estabelece a relação entre a dor e a causa do problema. E assim indicar o tratamento mais apropriado e eficaz dado o grau de variabilidade de factores que podem produzir dor nessa região.
A fisioterapia e a terapia manual deve ser uma intervenção a realizar na maioria dos casos pois desempenham um papel fundamental no tratamento dessa região. Sendo bastante eficaz na diminuição da dor, recuperando a mobilidade funcional no segmento restringido além de minimizar a progressão da patologia e prevenir a ocorrência de recidivas, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida.

Por Catarina Acúrcio - (especializada em Osteopatia, Exercício Clínico, Reeducação Postural (RPG), Terapia Manual, Pilates Clínico).
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