O que é a Celulite?
O termo celulite tem sido utilizado para descrever a aparência ondulada e irregular da pele, com aspecto de casca de laranja, encontrada tipicamente nas mulheres, preferencialmente nas coxas e nádegas. A celulite também é conhecida no meio científico como adiposidade edematosa, lipodistrofia ginóide e dermatopaniculose deformante.
Embora não seja uma doença e não tenha mortalidade associada, permanece como uma preocupação para a maior parte das mulheres, podendo aparecer também nos homens, embora seja um fenómeno mais raro.
A causa da celulite está relacionada com vários fatores:
biótipo (tipo de corpo);
hereditariedade;
origem étnica;
peso corporal;
idade;
alterações hormonais;
tabagismo;
predisposição genética;
nível de atividade física.
Apesar das causas ainda não estarem totalmente esclarecidas, a celulite é considerada um distúrbio microcirculatório endócrino-metabólico que causa alterações na matriz intersticial e mudanças estruturais nas células de gordura.
Os critérios de classificação variam de acordo com as alterações histopatológicas, o aspeto da pele e a sua forma clínica. Todos os critérios são divididos em níveis, de acordo com o grau de comprometimento das variáveis analisadas.
Como é avaliada a Celulite?
Através de uma avaliação criteriosa e eficaz realizada por um profissional experiente, procura-se determinar a causa e a fase em que se encontra a celulite. Este processo é fundamental para determinar a abordagem certa, tornando-se decisiva para o sucesso da abordagem terapêutica.
A etapa de avaliação é essencial tanto para a escolha do tratamento quanto para a sua eficácia.
Atualmente há uma grande variedade de métodos além da palpação e o registo fotográfico que o profissional pode utilizar para fazer uma avaliação mais completa e determinar a melhor conduta.
Entre delas, destacam-se:
Termografia infravermelha;
Antropometria;
Bioimpedância elétrica;
Ecografia bidimensional;
Tomografia computadorizada e ressonância magnética;
tomografia do relevo cutâneo e anatomopatologia.
Tratamentos para a Celulite?
A compreensão do processo, considerando as causas, origem e evolução é de extrema importância para o delineamento das terapias e tratamentos mais eficazes.
Vários tratamentos para a celulite foram desenvolvidos nas últimas décadas.
Métodos não invasivos:
Radiofrequência
Ondas Acústicas
Ultracavitação
Endermologia
Ultrassom convencional
Laser
DLM
Plataforma Vibratória
Eletroestimulação
Farmacologia
Métodos invasivos:
Subcisão cirúrgica
Lipospiração ( que pode estar associada a laser, ultra-som, radiofrequência…)
Além dos tratamentos, É importante associar estratégias do Life Style, podendo ser orientadas pelo profissional que a acompanha.
Essas estratégias podem incluir:
Praticar exercício físico, tanto cardiovascular como musculação, entre 3 a 5 vezes por semana;
Consumo de água e hidratação;
Alimentar-se de forma saudável e evitar grandes oscilações de peso;
Evitar roupas que dificultam a circulação sanguínea, e de preferência se tiver um trabalho sedentário utilizar meias de compressão prescritas por um profissional.
Evitar consumo elevado de álcool, tabagismo;
Dormir bem e promover baixo nível de stress.
Por esta razão, o ideal é ser acompanhado por uma equipa multidisciplinar, que pode
incluir o nutricionista, médicos (cirurgião plástico, endocrinologista, cirurgião vascular, dermatologista, medicina estética), fisioterapeuta, profissionais de atividade física, psicólogo, entre outros…
Como a Fisioterapia Trata a Celulite?
Ao longo dos anos, a Fisioterapia Dermatofuncional consolidou-se como uma área relevante da saúde, utilizando uma variedade de técnicas e recursos terapêuticos para prevenir, tratar e reabilitar condições físico-estéticas relacionadas com a pele e com as suas estruturas associadas, nomeadamente a celulite, tendo a capacidade e o conhecimento de aplicar os métodos não invasivos acima referidos. Nesse contexto, o papel do fisioterapeuta dermatofuncional torna-se fundamental, não apenas para a melhoria da aparência estética, mas também para a promoção da saúde física e psicológica dos pacientes.
Resultados Esperados do Tratamento
Com os tratamentos e mudança de hábitos no estilo de vida, é possível obter uma melhoria do grau de celulite, no entanto, não é possível eliminá-la na sua totalidade, não sendo um tratamento permanente e, por essa razão, é programado um follow up, no sentido de manter os resultados obtidos. Nessas sessões, é repetida a avaliação e realizada uma intervenção ajustada ao momento e estado da pele.
Desta forma, os resultados são mantidos ao longo do ano, sendo possível manter a saúde e beleza da pele por muito mais tempo, evitando o custo (temporal e financeiro) de um tratamento intensivo no Verão.
Estudos e Evidência Cientifica
Vários estudos analisados confirmam a eficácia das diferentes técnicas e tecnologias utilizadas pela Fisioterapia para o tratamento da celulite, caracterizando o fisioterapeuta como o profissional mais adequado para intervir junto às portadoras desta disfunção.
Contudo, a análise metodológica das publicações encontradas vai evidenciando a necessidade de continuar a evoluir no estudo destas técnicas, no sentido de optimizar a eficácia das técnicas.
Não obstante, a evidência clínica que vai sendo verificada, associada aos dados científicos já encontrados, continua a garantir a segurança, qualidade e eficácia técnica praticada pela Fisioterapia Dermatofuncional. Se por um lado, estas evidências recolhem a confiança dos utentes, por outro lado, dependem da competência, dedicação e experiência do Profissional
Conclusão
A celulite é um problema que afeta entre 85% e 98% das mulheres pós puberdade, sendo uma combinação de diversos fatores, sendo muito difícil elimina-la. De momento, existem diversos tratamentos que em combinação com uma alimentação equilibrada e prática de atividade física regular podem auxiliar na melhoria da mesma. O importante é encontrar uma equipa de profissionais de saúde especializados que avaliem, diagnostiquem e realizem um protocolo de intervenção adaptado a cada caso.
O seu problema tem solução, se o tratar convenientemente.
Artigo desenvolvido por:
Fisioterapeuta (OF 5765) Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional e responsável pela consulta especializada de Estética Clínica da Fisiointegral
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